segunda-feira, 23 de março de 2009

Admito que tenho uma curiosidade natural por pessoas ... observo os seus actos e comportamentos, avalio as suas atitudes, arrisco pensamentos ... e quando advinho festejo sozinha. Gosto de sentir o que os outros sentem e creio que só assim é possível compreender. Posso tentar imaginar o que é perder uma mão, um seio, um filho, até posso imaginar como é viver num país em guerra, ou sob ocupação inimiga mas nunca conseguirei sentir se não tiver vivenciado.
A problemática da emigração sempre me fascinou. Não as razões que levam os emigrantes a procurar outras terras. Essas todos as conhecemos. Mas o que sentem quando partem, o que sentem quando estão e o que sentem quando voltam.
E, de repente, eis-me dentro desta problemática ...ser de um país e viver noutro.

3 comentários:

Unknown disse...

Reconheço em ti essa curiosidade e sei que a usas para te encontrares com as pessoas...

Imagino (não consigo sentir) que se viva uma confusão de sentimentos... já te encontraste contigo? Consegues decidir com clareza sem te sentires presa ao país que deixas, deixaste ou vais deixar?

esse disse...

É impossível não deixarmos raízes...impossível também é não levar algumas comigo. A grande verdade é que depois de um ano como este és outra pessoa e tens consciência da mudança ... quanto a encontrar-me ...esse é o grande desfio da vida, mas parece-me que nem lá para o fim...

beijinho

Alberto Oliveira disse...

Nunca estive num outro país mais que 15/20 dias e a esse espaço de tempo não se chama viver lá mas fazer turismo. No entanto penso que não me daria mal porque interajo bem (creio eu) com pessoas de qualquer latitude porque me está na massa do sangue gostar de conhecer e estar com pessoas.
Deve ser uma experiência e tanto, essa de estares nos States (ao que julgo) e conviveres diariamente com uma forma de estar de um povo completamente diferente da portuguesa. E a distância também conta nestes casos. Em Manchester, Bilbau ou Marselha, um avião põe-me em cerca de duas/três horas em Portugal. Em Miami, há uns anos atrás, tive o azar de "me encontrar" com um tufão, ser "enviado" para um abrigo de uma escola de uma cidadezinha a quarenta quilómetros de distância e aí permanecer três dias e duas noites em contacto alguma da população local mais carenciada (cubanos e descendentes) até a coisa amainar. Foi a única vez que senti que o sítio onde sempre vivera estava "imensamente" longe e o que havia a fazer era adaptar-me à situação. Foi uma sensação que nunca tinha experimentado.