domingo, 11 de janeiro de 2009

Pais, educadores ou educandos?

A sociedade de consumo em que vivemos retira às crianças todo o prazer de brincar. Os pais modernos, constantemente preocupados com a felicidade dos filhos, esquecem-se que a felicidade não está no ter e cedem ao consumo, mesmo em tempo de crise. Raros serão os quartos das crianças onde não estão amontoados brinquedos de todos os tamanhos e feitios. Amontoados. Parados.
Quando é que os nossos pais compreenderão que sufocar as crianças com brinquedos, amarfanha-lhes a criatividade, dar-lhes jogos electrónicos, compromete a imaginação, pô-las diante da televisão, anestesia-as.
O que fazer perante uma sociedade que impõe o consumo?
Resistir e educar. Resistir é aprender a dizer não aos filhos. Educar, é ensiná-los a brincar, brincando com eles.
Quando cheguei aos EU, os meus filhos traziam uma mochila com brinquedos. Nada de extraordinário ... miniaturas de guerreiros, dinossauros, carrinhos, soldadinhos, cartas e o jogo de magia. Quando nos instalámos em nossa casa, todas essas miniaturas ganharam vida ...construíram um forte com pedras verdadeiras para os soldados, pontes movediças, armadilhas e criaram verdadeiras lutas medievais.
Quero com isto dizer que não foi preciso comprar um castelo de 150 dólares que ficaria arrumado no armário após a primeira semana. Nem foi preciso, tão pouco, comprar alavancas ou catapultas automáticas ... eles construiram-nas. E nem um cêntimo em pilhas. Era só ouvir os sons que as suas vozes faziam para sabermos que as pilhas nunca precisariam de ser substituídas. É disto que estou a falar. Criatividade, imaginação, determinação.
Quando os pais aceitarem que um pau apanhado do chão pode transformar-se no volante de um automóvel, de uma mota ou de uma nave espacial, pode transformar-se numa vassoura mágica, numa espada, num cavalo ou numa varinha de condão ... quando os pais compreenderem que o melhor brinquedo que podem dar aos seus filhos é uma caixa vazia ... talvez as crianças voltem a ser crianças.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Emigrantês

Em conversa com uma amiga ao telefone falava-lhe dos meus progressos na língua inglesa e na dificuldade que senti no início para perceber o que as pessoas de Pittsburgh diziam por causa do "acento". Se estando aqui apenas há 5 meses, já faço estas adaptações lexicais, quando chegar a  Portugal vou ter de pensar duas vezes antes de falar... para bem dos meus alunos!


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A constatação de que nunca iria conseguir ler todos os livros que queria aconteceu há uns 15 anos atrás e desde aí a angústia vem aumentando.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tenho saudades dos livros que deixei em Portugal como se fossem pessoas. Saudades de os ver ali, de pegar neles, de os folhear, de ler passagens sublinhadas, ou páginas marcadas. Porque os meus livros e eu somos o mesmo.

(Já deu para perceber que estou com um trabalho para terminar e estou a pensar em tudo menos no trabalho! Proibo-me de voltar aqui enquanto não acabar o trabalho. Não, não posso proibir porque tenho uma tendência para não obedecer. Talvez a única forma seja ligar para a comcast e cancelar o contrato da Internet!)

Adoro fazer anotações nos livros, reflexões que vão surgindo à medida da leitura. E quando me pedem emprestado um livro (odiava emprestar livros) sinto um nó muito apertado por, para além do livro, ir também um bocadinho de mim. Eu sei que as pessoas lêem o que escrevo, e por mais que lhes diga "Não ligues às minhas anotações", sei que elas terão sempre a curiosidade de espreitar.

Aconteceu-me num Verão quando uma amiga me estava a devolver um livro de Paulo Coelho Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei ter-me dito "Gostei muito do livro e adorei as anotações." Nesse momento senti que toda a roupa que trazia vestida se tinha desapertado e caído. Sorri e tentei ver nos olhos dela a que é que ela se estaria concretamente a referir. Para me descansar disse-me "Também deixei lá algumas anotações. A lápis, para apagares, se quiseres." Claro que ainda lá estão.

Irrita-me tanto em mim, quando tenho um trabalho para entregar e o prazo começa a apertar, encontrar tantas desculpas para não o acabar... fico logo com uma vontade incompreensível de dormir, depois dá-me umavontade imensa de arrumar a casa ou de passar a ferro. Ultimamente tem sido cozinhar! Às vezes, gostava de ter mais paciência para me compreender...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Terminei hoje a minha primeira peça de teatro.
Terminei hoje a minha primeira peça de teatro!
Terminei hoje a minha primeira peça de teatro!!
Terminei hoje a minha primeira peça de teatro!!!
TERMINEI HOJE A MINHA PRIMEIRA PEÇA DE TEATRO!!!!!!!
TERMINEI HOJE A MINHA PRIMEIRA PEÇA DE TEATRO!!!!!!!!!!!!
TERMINEI HOJE A MINHA PRIMEIRA PEÇA DE TEATRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ainda não acredito.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Anita Renfroe

O discurso de mãe e a globalização