segunda-feira, 11 de maio de 2009

É literalmente de velhinhos que quero falar hoje ... nem sequer vou utilizar a palavra idosos ou pessoas de idade. Velhinhos são pessoas que passaram a barreira de idosos ... são pessoas de olhos pequeninos mas sorridentes, a cara enrugada e umas mãos magrinhas, com muitos sinais, mas cheias de história e de vitórias. Vê-se no rosto dos velhinhos a vida que tiveram e nem se tenta imaginar tudo por que passaram ... E respeitamo-los!

Não gosto de ver os velhinhos em lares, sentados todos os dias no sofá a olhar para uma caixa barulhenta que não lhes diz nada. Não! Mas também não gosto de os ver a trabalhar, como vejo todos os dias aqui, à entrada do supermercado, de pé , a varrer o que nós atiramos para o chão, a colocar as nossas compras nas sacas, a tirar os tabuleiros, a limpar as mesas, escritórios... Ver a dificuldade com que se dobram para apanhar algum papel do chão, ou a dificuldade com que se erguem, ou mesmo a dificuldade com que caminham, revolta-me ...Por cá, parece-me que todos são indiferentes...é tudo uma questão de hábito...Um dia perguntei a um por que razão ainda trabalhava e só depois é que compreendi ... É tudo uma questão de seguro de saúde!

domingo, 10 de maio de 2009

O filme Nothing but the Truth passou a estar na minha lista dos preferidos. Extraordinária história ... surpreendente final... Tal como em tudo na vida, os filmes também têm de me surpreender ...se antecipo o final é porque alguma coisa falhou. Foi o que aconteceu com Slumdog Millionnaire...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Às vezes parece-me que anda tudo do avesso, pois tenho a sensação de que este país é que é pobre e que o nosso é muito rico. Vem isto a propósito das obras que estão a fazer na marginal em frente à minha casa: granitos por toda a parte, dizem-me. Ora sabendo nós o preço do metro quadrado do granito (ainda por cima lapidado) é fácil ver que não é obra de país que está na maior crise financeira desde os anos 30. Eu sei que é ano de eleições, mas podiam moderar os gastos...é que aqui, neste país rico, não se vê granito, é cimento e às vezes nem isso! Manias de imagem ...

p.s. qualquer dia provo o que disse com umas fotos.

Ontem estive ao telefone com uma grande amiga e quando ambas dizíamos que já faltava pouco e que tinha passado muito depressa eis que surge a pergunta do lado de lá "E então, gostaste dos Estados Unidos?!" Respirei fundo para lhe começar a falar do estado das ruas, das casas pouco modernas, das mobílias super antiquadas, das pontes todas enferrujadas, dos bares decorados com televisões, do excesso de regras, quando reparei que não era disso que ela estava à espera. Ela queria ouvir o contrário, que este é que era um país desenvolvido, com poder de compra e coisa e tal ... e pronto, para não a decepcionar só lhe consegui responder que sim, o que é verdade, e que ela é que havia de gostar de viver cá! Afinal, quem sou eu para estragar os sonhos dos outros?!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Se este ano, o Governo conseguiu reembolsar o IVA aos contribuintes um mês após a entrega da declaração, por que razão não o fez no ano passado? E quando a crise passar, o reembolso vai tornar a ser só em Agosto? É que de Maio a Agosto são três meses, vezes ...
Ir para o desemprego pode ter aspectos positivos ... é uma oportunidade de se levantar do sofá, arregaçar as mangas, sorrir para a vida e começar de novo ... Há um mundo de possibilidades à espera de ser descoberto ... Arriscar é a palavra de ordem.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Nuno Álvares Pereira

Ainda ontem, cá em casa, se discutia este mesmo assunto ... e hoje reparei que o Pina concorda connosco!

Santo sim, mas não tanto
2009-04-28
JN
Na infância queria ser santo. Rezei, fiz penitências, dei o lanche que trazia de casa aos pobres. Era uma espécie de investimento, que esperava cobrar com juros no Céu. Tinha sido mal informado. Um dia li uma biografia de Santo Inácio de Loyola e descobri que o caminho para a santidade era um pouco mais tortuoso do que pensava, e começava - antes de passar às orações propriamente ditas - por matar franceses em Navarra e perseguir mouros que duvidassem da virgindade de Nossa Senhora. Matar espanhóis e enforcar camponeses sublevados, como S. Nuno Álvares Pereira, e ser filho de prior e neto de arcebispo, senhor de Barcelos, Braga e Guimarães, Montalegre e Chaves, Ourém e Porto de Mós, Alter do Chão e Sousel, Borba e Vila Viçosa, Estremoz e Arraiolos, Montemor e Portel, Almada, Évora-Monte, Monsaraz, Loulé e mais reguengos e lugares, também ajudava. Como não tinha terras nem tencionava matar mouros ou espanhóis, desisti da santidade. Continuei a partilhar o lanche com os colegas pobres (e, como S. Francisco de Assis, com os animais vadios da vizinhança) apenas, que Deus me perdoe, por humanidade.